quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Amizade X Sangue de família - qual é o mais forte? - ARTIGO DE OPINIÃO

Muitas pessoas afirmariam com suas panquecas que os laços de família prevalecem sobre uma amizade. 
Eu já desmascaro totalmente esta visão. Não sou analista, mas sou pensadora, então para quem não me conhece bem, fixe em mente que gosto de formular ideias. 
Pasmem. As relações consanguíneas muitas vezes prevalecem pela força moral e psicológica de necessidade mútua e pela convivência, pois os seres humanos, no modo de produção vigente, caracterizam-se pela individualidade, a correria contra o tempo, a competitividade. 

O meio capitalista não contribui para a formação de relações interpessoais sólidas e de competência mútua. As relações atuais tendem a ser momentâneas e manter-se principalmente através da convivência, como tendo mesmo local de trabalho, mesmo local de estudo, frequentar o mesmo clube. A convivência constante com determinado grupo ou indivíduo caracteriza uma proximidade que muitos classificam erroneamente como amizade. A dispersão do grupo das atividades coletivas efetua uma falha na comunicação contínua, causando um afastamento das relações e por fim, caracterizando o fim da "amizade". Esses indivíduos, encontrarão outros grupos e atividades através de suas ações individuais que procuram beneficiar um único indivíduo - ele mesmo.
Em uma sociedade que preza pelo coletivo, as relações tendem a se manter mais estáveis e perseverantes, pois não perdem a convivência e a ÉTICA com seus juízos e atribuições estabelecidos edificam os laços de mutualismo e integridade, pilares que ao longo dos anos irão sustentar o peso da palavra "amizade". A amizade, muito mais forte do que o laço sanguíneo que une indivíduos muitas vezes apenas através da convivência e da conscientização de integridade e honra pelo sangue, por uma instituição - que é a família-, pode ser cultivada através de distâncias e da pouca comunicação entre os objetos de situação se a consciência do laço estabelecido se mantém como importância determinada. A marca de responsabilidade mútua empregada pela ética torna comparável e pariforme  as ligações entre amigos e familiares.

Exemplificando, se dois irmãos forem criados separadamente, sem que um possa se comunicar com o outro e posteriormente, após anos, eles passam a conviver, não serão dotados de laço algum que não seja a RESPONSABILIDADE MÚTUA através do sangue, da instituição fixada por tradição. A ÉTICA permite a seres humanos estabeleceram suas relações conforme suas visões projetam as mesmas. Assim como é adotado por cristãos a unidade da nação em irmandade, embora não totalmente efetiva por ideais comparavelmente comunistas (tratando-se o termo o comunismo primitivo) não prosseguirem em compatibilidade com um sistema individualista.

Em suma, a ética e seus juízos determinam as relações sanguíneas e entre demais indivíduos. A formação de uma instituição com o valor de uma família é possível através do pacto pré-estabelecido dos pilares de tal instituição, que deve ter a responsabilidade mútua como prioridade. Quando há cumprimento através dos objetos integrantes do pacto ao longo do tempo, a harmonia atinge o grupo efetivando uma consciência de pertence que são fixados na mente e decodificados em suas traduções: "amizade" e "família".



NOTA DA AUTORA:
Às vezes adentramos à superficialidade e às "gentilezas" estabelecidas pela sociedade que prefere uma mentira enfeitada a uma verdade dolorosa mas pura e de bom grado. O que quero dizer, é que acabamos chamando de amigo quem não consideramos. Às vezes, uma pessoa que conviveu três dias com você acha que são amigas e se você disser que não, a simpatia da pessoa para você simplesmente acaba. 
Por quê? 
A discordância e o desrespeito pela palavra "amizade" e pelos valores levam indivíduos a crer que apenas as suas verdades cabem a uma história. A intolerância ao "não" e ao "novo" e o adormecimento da ÉTICA e da MORAL na sociedade faz com que as relações sejam passageiras e intermediárias para interesses individuais. Não necessariamente, o interesse individual é uma competência negativa, mas leva ao negativo.

Agora, deixo para suas reflexões... até que ponto vai a sua amizade?

2 comentários:

  1. Eu nunca considero amigo aquele que acabei de conhecer. Eu demoro. Até falo a palavra, "ah, um amigo", mas isso todos fazem, não é? Mas nunca deixo de separar quem são os amigos dos colegas, os colegas dos conhecidos, dentre outros muitos grupos de pessoas que me cercam. No final das contas, as pessoas sabem disso sobre mim, acabo sendo 'seletiva' para os que reparam mais. Não que eu vire e 'você será meu amigo e você não', não mesmo! Só sei em quem confio, por exemplo. Para eu considerar como amigo, preciso ter certeza de que mesmo depois de tempos vamos nos tratar da mesma forma, coisas assim. Eu sou péssima mantendo contato, então com quem mantenho é basicamente porque é uma pessoa que considero no grupo de amizade. Também discordo que os laços sanguíneos são maiores que uma amizade. Acho que varia bastante. Por exemplo, não tenho contato com muitos parentes, alguns tão próximos que eu facilmente teria, e jamais trocaria algum amigo importante por ele. Acho que vai de como nós lidamos com as pessoas e coisas assim. É difícil explicar. Minha cabeça é bem mais complicada para esse tipo de coisa, mas eu me entendo. x)

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    1. ueheuheueheueheu. Sei como é. Eu procuro evitar quando é assim, às vezes falo "um colega". Quando eu falo "um amigo" dá um peso na consciência... eu me sinto mal comigo mesma. Tem muita gente que mal mantém contato comigo e me conhece pouco e me considera amiga, mas eu sei que não é bem assim. Pessoas dificilmente se tornam amigas em poucos meses e continuam por anos.

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